A Nova Direção proposta aqui é uma retomada de rumos já tomados pela Igreja. resgatar valores antigos, mas sem perder o contato com a realidade atual. A mensagem de Jesus continuará relevante, mesmo que seque a erva e murche a flor.
Tudo o que vem dele, é permanente.
O amor de Cristo por nós, sua Palavra, suas promessas e sua posição única no topo do universo, continuam sendo as mesmas, aconteça o que acontecer na base. Se for preciso, vamos mudar o rumo e voltar atrás, para bem longe da cauda.
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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Em meio aos destroços, haitianos buscam refúgio na fé

Em meio aos destroços, haitianos buscam refúgio na fé PORTO PRÍNCIPE, Haiti - Cinco dias depois do devastador terremoto que atingiu o Haiti, um pastor evangélico vestindo uma camiseta pólo desgastada, com sua igreja destruída mas o espírito vibrante, tocou uma sirene para reunir os novos sem-teto que vivem em barracas na cidade para a missa de domingo.

Com a voz rouca, os olhos inchados e braços erguidos aos céus, o reverendo Joseph Lejeune pediu aos famintos, feridos e pesarosos haitianos reunidos ao seu redor que fechassem os olhos e elevassem os pensamentos para além da fétida praça Champ de Mars, onde agora lutam para sobreviver.

"Pensem na nossa nova cidade aqui como o lar de Jesus Cristo, não como a cena de um desastre", ele falou. "A vida não é um desastre. Vida é alegria! Você não tem comida? Se alimente do Senhor. Não tem água? Beba do espírito santo."

E eles beberam, cantando, balançando as mãos e tapando os narizes para evitar o cheiro dos corpos presos em uma escola perto dali. Helicópteros militares zumbiam sobre sua cabeça e os crentes almejavam a eles e além, se libertando durante algumas horas do trecho de concreto sobre o qual buscaram abrigo sob lençóis amarrados a postes.

Em versões variadas, esta cena se repetiu por toda a capital haitiana no domingo. Com muitas de suas igrejas destruídas e seus padres e pastores mortos, os haitianos desesperados por ajuda e conforto se voltaram a Deus em busca de alívio para sua aflição. Carregando bíblias, eles atravessaram ruas empoeiradas e cheias de entulhos, em busca de locais para a oração. As igrejas, normalmente cheias com paroquianos fiéis nas manhãs de domingo, acordaram aos pedaços.

Em um sinal da importância das igrejas aqui, o presidente Rene Preval reuniu líderes religiosos juntamente com líderes políticos e empresariais na delegacia de polícia que se tornou sua sede. Ele pediu às igrejas, em particular, que se concentrem em alimentar as pessoas, mas deu pouca orientação sobre o que o governo fará para ajudar.

Não longe da igreja evangélica provisória na praça Champs de Mars, fiéis se reuniram diante das ruínas da principal catedral da cidade para ouvir um apelo por paciência feito por um bispo.

"Nós temos que manter a esperança", disse o Bispo Marie Eric Toussaint, embora ele tenha reconhecido não ter nenhum recurso para ajudar os muitos que estão sofrendo e achar difícil declarar com qualquer confiança se a catedral será reconstruída.

Construída em 1750, a catedral, antes uma peça arquitetônica importante da cidade, agora não passa de uma gigantesca pilha de metal trançado, vitrais quebrados e concreto rachado. Toussaint disse que o terremoto destruiu as residências dos padres, matando muitos deles.

A catedral de Sacre Coeur, outra grande estrutura, também foi destruída, e um grande Cristo na cruz perfeitamente preservado restou como testemunha da destruição - com o corpo de uma mulher deitado sobre um colchão na rua, coberto com lençóis, representando o sofrimento causado pelo terremoto.

"Pode parecer um momento estranho para se ter fé", disse Georges Verrier, 28, especialista em computação desempregado, seus olhos se movendo entre o corpo e a igreja. "Mas você não pode culpar Deus. Eu culpo o homem. Deus nos deu a natureza e nós os haitianos e nossos governos, abusamos da terra. Você não pode escapar sem consequências."

Em um tom parecido, um autodesignado pastor na praça Champs de Mars se colocou sobre uma cratera durante o serviço de oração e proclamou que o terremoto foi o castigo por uma longa lista de pecados que enumerou em cantarola. "Nós temos que nos ajoelhar e pedir a Deus", ele disse.

Vladimir Arisson ignorou o autodesignado pastor com um rolar de olhos. Arisson cuidava de sua namorada gravemente ferida, Darphcat Charles cuja cabeça estava envolta em uma gaze ensanguentada, seus olhos machucados e sua face inchada, infectada. "Minha posição é: Deus abençoe e nos envie, por favor, ó Deus, um médico para fechar o buraco na cabeça da minha amada."

Outro homem que acompanhou o serviço evangélico apresentou sua esposa que está grávida de oito meses e se sentou no chão, pálido. "Um bloco de concreto caiu sobre a barriga dela e nós não sabemos se o bebê ainda está vivo", disse o homem, Ricot Calixte 28. "Rezar pode ajudar, eu acho. Como ainda respiro, ainda tenho fé".

Ao redor deles, na missa, os aplausos e améns intensificaram na cidade de barracas que não tem nenhuma barraca de verdade, apenas tendas improvisadas. O acampamento central na praça Champ de Mars é a igreja provisória de Lejeune, que no seu prédio original destruído contava com 200 membros ativos, três dos quais foram mortos e muitos estão desaparecidos.

"Aqui nós começamos diariamente com o que eu chamo de missa do café da manhã," ele disse antes da missa de domingo. "Nós não temos café, claro. Mas essa é uma reza para nos acordar e nos fortalecer quando olhamos para frente e pensamos, 'Ai, e agora?'"

Ele pausou, esfregando o nariz por causa do odor de restos humanos e acrescentou: "Uma igreja em um banheiro, é isso que nós somos. Por enquanto."

NYT/US/Notícias Cristãs

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Não basta chorar, é preciso participar.


O DIA EM QUE AS LÁGRIMAS ROLARAM

Hoje chorei pelos haitianos, mas chorei também por mim.


chorei quando perguntei para mim mesmo: De que adianta chorar?

Isto não enche a barriga de ninguém.

Deus, me ajude a fazer algo mais, por fora, do que chorar e tremer por dentro.....

Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram (Romanos 12.15).

Ubirajara Crespo





UMA FRASE INFELIZ DO CÔNSUL DO HAITI NO BRASIL
Com microfone de lapela e aparentemente sem saber que o áudio já estava sendo gravado, Antoine virou-se para um funcionário da representação diplomática e disse: "A desgraça de lá tá sendo uma boa para a gente aqui ficar conhecido (...) Aquele povo africano acho que de tanto mexer com macumba, não sei o que á aquilo (...) O africano em si tem maldição. Todo lugar em que tem africano tá f..."


Após saber que o microfone de lapela estava ligado, o cônsul, já durante a entrevista, segurou um terço nas mãos, e disse estar abalado com o que ocorreu no Haiti. "Esse terço nós usamos pois nos dá uma energia positiva que acalma a pessoa. Como eu estou muito tenso e deprimido com o negócio do Haiti, a gente fica mexendo com vários para se acalmar".  (ESTADÃO)

As necessidades do Haiti, disse o seu embaixador em Brasília, Idalbert Pierre-Jean, são infinitas. Ele se referia, naturalmente, à multiplicidade de formas de socorro internacional para a desesperadora situação de seu povo, depois do terremoto da terça-feira que praticamente pôs abaixo a capital Porto Príncipe, deixando um número ainda indeterminado de vítimas - o presidente haitiano René Préval falou em até 50 mil mortos; o primeiro-ministro Jean-Max Bellerive mencionou o dobro disso. O Brasil perdeu uma figura excepcional, a pediatra e sanitarista Zilda Arns. Mas as necessidades do Haiti eram já infinitas antes da catástrofe: necessidades materiais e todas aquelas que se possam imaginar para dar um semblante de país à colônia francesa que conquistou a sua independência em 1804 - e, desde então, com breves pausas, tem passado por abalos políticos e convulsões sociais que justificam a amarga metáfora de que a sua única instituição consolidada é a da violência. (ESTADÃO)
 
MEU COMENTÁRIO: E olha que ainda tem gente lutando pelo domínio do país. Eu pérgunto, domínio de quê?

Falta água, a gasolina está acabando, o acesso à comida é difícil e os esforços de países do mundo inteiro parecem ser insuficientes para reduzir a crise que afeta o Haiti depois do terremoto de terça-feira. As ruas de Porto Príncipe estão repletas de moradores desabrigados e famintos. As pessoas estão desesperadas e todas têm uma história para contar sobre o momento em que a terra começou a tremer.

Muitos haitianos escavam freneticamente, apenas com as mãos, entre os escombros em busca de parentes e amigos. Falta equipamento pesado para ajudar a retirar as vigas e os blocos de concreto. A estimativa de mortos varia. Alguns falam em pelo menos 30 mil, outros em mais de cem mil. A Cruz Vermelha estima em 40 mil ou 50 mil os mortos. Os corpos estão por todas as partes na capital, envoltos em lençóis ou lonas.

Temendo novos terremotos, os sobreviventes se agrupam em praças. Entre eles há muitas crianças feridas, órfãs ou perdidas. Sem nada para comer, muitos haitianos retiram alimentos entre as ruínas dos mercados que desmoronaram. Aviões com ajuda humanitária começam a chegar, mas a distribuição é lenta. Doações dos EUA e quatro instituições internacionais já somam US$ 500 milhões.

No momento, autoridades brasileiras e da ONU apenas tentam ajudar na busca por possíveis sobreviventes. Os hospitais, afetados pelo terremoto, não conseguem mais receber feridos. Um dos problemas agora é verificar como as pessoas podem ser tratadas. Muitos feridos estão sendo enviados de helicóptero para a vizinha República Dominicana ou estão sendo atendidos no hospital improvisado da base militar brasileira.